quinta-feira, 30 de junho de 2011

IBM cria nova memória que promete inicializar o PC instantaneamente


Chamada de PCM, ela promete ser 100 vezes mais veloz que a flash.
Empresa espera que novidade esteja em uso dentro de cinco anos.




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Cientistas da IBM afirmam ter desenvolvido um novo tipo de memória que promete ser 100 vezes mais rápida que a flash, utilizada atualmente em diversos aparelhos, de notebooks até celulares. Chamada de "phase-change memory" (PCM), pode, também, armazenar múltiplos dados por célula por um longo período sem risco de perder parte da informação. Além disso, a descoberta permitirá inicializar computadores e servidores instantaneamente.
De acordo com a companhia, o sistema permite o desenvolvimento de novas aplicações que façam uso dessa memória, que traz um acesso mais rápido e durável aos dados, além de apresentar um baixo custo. O sistema promete resistir a 10 milhões de ciclosde uso, contra cerca de 3 mil da memória flash voltada para consumidores, ou seja, ela pode durar mais sem a perda de dados após um grande número de acessos ou tempo de utilização.
A PCM é feita de uma liga especial de materiais que podem ser transformados em diferentes estados físicos por meio de pequenas descargas elétricas. A intenção é utilizar a novidade em celulares e em servidores de armazenamento na nuvem. A IBM diz que a PCM pode ser um novo avanço para as áreas de TI das empresas e para sistemas de armazenamento nos próximos 5 anos.
"Com os consumidores e empresas utilizando cada vez mais modelos e serviços baseados na nuvem, é preciso criar tecnologias de armazenamento mais baratas e poderosas", disse Haris Pozidis, chefe da área de pesquisa de tecnologias de memória da IBM. "ao demonstrar a PCM, damos um grande passo para criar dispositivos de armazenamento mais confiáveis e com mais espaço".

Fonte: Do G1, em São Paulo

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Responsabilidade Humana

Nº 194

Sermão pregado na manhã de Domingo, 16 de Maio de 1858,
Por Charles Haddon Spurgeon
No Music Hall do Royal Surrey Gardens, Londres.


“Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas agora não tem desculpa do seu pecado” (João 15.22).


Pr. Charles Haddon Spurgeon
(1934 - 1892)
O pecado marcante dos judeus, o pecado que agravou suas iniquidades anteriores acima de qualquer outra, foi sua recusa em receber Jesus Cristo como o Messias. Ele havia sido descrito com toda clareza nos livros dos profetas, e aqueles que O aguardavam, como Simeão e Ana, tão logo o viram ainda recém-nascido, se regozijaram por contemplá-lo, e compreenderam que Deus havia enviado Sua salvação. No entanto, como Jesus Cristo não correspondia as expectativas daquela geração perversa; como Ele não veio com pompas, nem vestido como os poderosos; como ele não possuía os privilégios de um príncipe, nem as honras de um rei, os judeus fecharam os olhos para não vê-lo  -  Ele era “como raiz de uma terra seca”, Ele foi “desprezado e o mais indigno entre os homens” (Isaías 52.2,3). E seu pecado não se limitou a isso. Não contentes em negar sua condição de Messias, os judeus estavam grandemente inflamados em sua ira contra Ele; o perseguiram durante toda sua vida, buscando seu sangue; e não se acalmaram até que sua malignidade diabólica fosse saciada ao pé da Cruz, onde assistiram as dores da morte e as agonias da expiação de seu Messias crucificado. Embora sobre a Cruz estivessem as palavras: “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”(João 19.19), eles não conheceram seu Rei, o Filho Eterno de Deus. E como não o conheceram, o crucificaram; se o houvessem conhecido “nunca teriam crucificado o Senhor da Glória” (I Coríntios 2.8).

Agora, o pecado dos judeus é repetido todos os dias pelos gentios; aquilo que eles fizeram uma vez, muitos continuam a fazer dia após dia. Não existem muitos entre os presentes aqui hoje, escutando minha voz, que rejeitam o Messias? Vocês evitam a saia justa de negá-lo; vocês não querem se prejudicar indo a público para blasfemá-lo, já que vivem num país de maioria cristã. Talvez vocês mantenham uma doutrina correta sobre Ele, e até creiam que Ele é o Filho de Deus, bem como Filho de Maria; porém, ainda assim, não cumprem o que Ele pede, não lhe dão qualquer honra, e não o aceitam como digno de sua confiança. Ele não é seu Redentor; vocês não esperam sua segunda Vinda, nem estão esperando ser salvos por meio de seu sangue; e ainda pior, vocês o estão crucificando hoje - por acaso não sabem que aqueles que negligenciam o Evangelho, crucificam novamente o Senhor e reabrem suas feridas? Por mais vezes que escutem a pregação da Palavra, a recusam; por mais vezes sejam prevenidos emudecem a voz de sua consciência; por mais vezes sejam conduzidos ao temor, ainda dizem: “Ainda não é tempo, siga teu caminho, em momento apropriado, te buscarei”. Em todas estas vezes, vocês tomam nas mãos o martelo e os cravos, e vez após outra, lhe perfuram as mãos e sangram seu lado.  

Também de outros modos vocês o ferem, e é quando atacam membros do seu corpo. Todas as vezes que desprezam Seus ministros, ou lançam pedras de tropeço no caminho de Seus servos, ou se tornam empecilhos ao Evangelho por mau testemunho, ou quando com palavras duras tentam desviar o caminho daquele que busca a Verdade – em todas estas vezes vocês cometem a grande iniquidade que trouxe maldição sobre o povo judeu, e que os tem condenado a caminhar errantes pela Terra, até o dia da segunda Vinda, quando Ele virá e será reconhecido, até mesmo pelos próprios israelitas, como o Rei dos judeus; para quem, tanto judeus quanto gentios, estão agora olhando com ansiosa expectativa, o Messias, o Príncipe que uma vez veio padecer, mas que virá outra vez para reinar.

Hoje, vou me esforçar para demonstrar o paralelo entre o caso de vocês e o dos judeus; e não farei isso com frases bem elaboradas, mas de maneira incidental, como Deus me ajudar, apelando para sua consciência, fazendo-os sentir que, ao rejeitarem Cristo, cometem o mesmo pecado e incorrem no mesmo castigo. Em primeiro lugar, precisamos meditar sobre a excelência do Ministério da Palavra, no qual Cristo veio e falou aos homens: “Se eu não viera, nem lhes houvera falado”. Em seguida, meditaremos sobre o agravamento do pecado por causa da rejeição a mensagem de Cristo: “nem lhes houvera falado, não teriam pecado”. Em terceiro lugar, falaremos sobre a aniquilação de todas as desculpas pela pregação da Palavra: “mas agora não tem desculpa do seu pecado”. E, por fim, anunciaremos de modo breve, mas solene, “a condenação terrivelmente agravada de quem assim rejeita o Salvador, e aumentam sua culpa por desprezá-lo”

– Em primeiro lugar, então, devemos dizer nesta manhã, e dizê-lo com toda a verdade, que NA PREGAÇÃO DO EVANGELHO, O SENHOR JESUS VEM À CONSCIÊNCIA DO HOME E O SALVADOR LHE FALA, POR INTERMÉDIO DE. Quando o antigo Israel desprezou e murmurou contra Moisés, lhes disse com mansidão: “As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o SENHOR” (Êxodo 16.8). E, de fato, o ministro do Evangelho pode dizer o mesmo, apoiado pelas Escrituras: aquele que nos despreza, não despreza a nós, mas Aquele que nos enviou; aquele que rejeita a Mensagem, não rejeita o que estamos dizendo, mas antes, rejeita a Mensagem do Deus Eterno. O ministro é apenas um homem, sem qualquer poder sacerdotal, todavia é um homem que foi separado do resto da humanidade e tem sido capacitado pelo Espírito Santo para falar aos seus semelhantes; e, quando prega a verdade com o poder que vem do céu, Deus é seu dono, o reconhece como seu embaixador, e o coloca na elevada e responsável posição de atalaia sobre os muros de Sião, ordenando a todos os homens que se cuidem, pois uma mensagem fiel, fielmente pregada, se desprezada e pisada, equivale a rebelar-se contra Deus e pecar contra o Altíssimo.

Aquilo que eu falo como homem é de pouca importância, mas se eu falar como Embaixador do Senhor tome cuidado para não diminuir a mensagem. É a Palavra de Deus, enviada dos céus, que pregamos pelo poder do Espírito Santo, suplicando-lhes encarecidamente que creiam nela, e que a guardem. Se você a abandona coloca em perigo sua própria alma, pois não somos nós que falamos, mas o próprio Espírito de Deus Nosso Senhor que fala em nós. Como isso torna solene o Ministério da Pregação! Oh, vós, filhos dos homens, tal Ministério não é palavras humanas, mas o falar de Deus através dos homens!

Tantos quantos são verdadeiramente chamados e enviados como servos de Deus, não são autores da mensagem que levam; antes, primeiro a ouvem do Mestre, e depois a relatam ao povo, mantendo sempre diante de seus próprios olhos aquelas solenes palavras: “Não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar sua vida, aquele ímpio morrerá, mas o seu sangue da tua mão o requererei” (Ez. 3.18). Oh! Que possam hoje, diante de vossos olhos, gravadas em letras de fogo, contemplarem as palavras do Profeta: “Ó terra, terra, terra! Ouve a Palavra do SENHOR!” (Ez. 22.29). Porque na medida em que nosso Ministério é fiel, não contaminado pelo erro, é a Palavra de Deus, e Ele tem o mesmo direito de exigir que a creiam como se Ele mesmo estivesse falando do topo do Sinai, e não falando através do humilde Ministério da Pregação.

Vamos nos deter um pouco sobre esta doutrina. Façamos a nós mesmos esta solene pergunta. Não temos todos nós pecado grosseiramente contra Deus devido o descaso que muitas vezes demonstramos pelos Meios da Graça? Quantas vezes você ficou distante da Casa de Deus, apesar de o próprio Deus estar falando ali? Qual teria sido o fim de Israel se, quando convocado naquele dia para ouvir a Voz do Senhor no topo da montanha, tivessem preferido vagar pelo deserto? Porém, é isso que você tem feito. Você tem buscado seu próprio prazer, tem dado ouvido ao canto sedutor da sereia, mas tapa os ouvidos para a Voz do Altíssimo! E quando Ele mesmo vem falar em Sua Casa, tem se desviado para caminhos tortuosos, sem qualquer consideração pela voz do Senhor teu Deus. E quando se achega a Casa de Deus, quantas vezes o tem feito com olhos negligentes e ouvidos desatentos. Tem escutado como aquele que não ouve. Seu ouvido tem sido invadido, mas o homem escondido no coração permanece surdo; você é semelhante à víbora que não pode escutar – por mais habilidosos fossem nossos encantamentos, você não ouviria nem enxergaria.

Ademais, o próprio Deus às vezes tem falado em sua consciência, de modo que você o tem escutado. Você caminhava pelo corredor, joelhos batendo uns nos outros, e assentou-se em seu banco; e enquanto algum poderoso Boanerges trovejou a Palavra, você o escutava, como se fora a voz de um anjo: “Prepara-te para te encontrares com o teu Deus - aplicai o vosso coração aos vossos caminhos - ordena tua casa, porque morrerás e não viverás” (7). Mesmo assim, ao sair da casa de Deus tens se esquecido do tipo de homem que é. Você tem extinguido o Espírito; você tem menosprezado o Espírito da Graça; você afasta para longe as inquietações da sua consciência; você sufoca aqueles gemidos que começavam a clamar em seu coração; você afoga os desejos recém-nascidos que ainda brotavam; você afasta tudo aquilo que é bom e sagrado; você retorna uma vez mais a seus próprios caminhos, tornando-se novamente um andarilho nas montanhas do pecado, e no vale da iniquidade.

Ah, meus amigos! Basta que meditem por um instante como em tudo isto tem desprezado a Deus. Certamente, se nesta manhã o Espírito Santo aplicar esta solene verdade em cada consciência aqui, o Hall Of Music se transformará em uma casa de luto, e este lugar se tornaria uma Boquim, lugar de choro e lamentação (8).

Oh! Ter desprezado a Deus, ter pisoteado o Filho do Homem, ter passado longe da Cruz, ter rejeitado a insistência do seu amor e as advertências da sua graça! Quão terrível! Já havia pensado nisso? Você imaginava estar desprezando um homem, saberá agora que seu desprezo é contra Deus? É Cristo quem tem falado a vocês.

Ah! Deus é minha testemunha sobre muitas vezes Cristo ter chorado com esses olhos, e vos falado com esses lábios. Nada tenho buscado, a não ser a salvação das vossas almas. Algumas vezes por meio de palavras duras me esforço para conduzi-los à Cruz; outras vezes é com voz de choro que tento leva-los com lágrimas até meu Redentor; e estou certo de que não sou eu, mas Cristo falando através de mim. E quando ouviram, choraram, mas logo se foram e esqueceram, mas lembre-se que Cristo falou com vocês. Foi ele quem disse: “Olhai para mim e sereis salvos, todos os termos da Terra” (9). Era ele falando, “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos” (10). Foi ele quem lhes advertiu que se descuidando de tão grandiosa salvação, perecereis, e tendo posto de lado a advertência e rejeitado o convite, vocês não nos desprezaram, antes, desprezaram nosso Mestre; por isso, aí de vós, a menos que se arrependam, porque terrível coisa esta, ter desprezado a Voz daquele que fala desde o céu.

II – Agora devemos observar um segundo aspecto, a saber, que REJEITAR O EVANGELHO AGRAVA O PECADO DO HOMEM. Não permitam que eu seja mal interpretado. Já ouvi falar de pessoas que, havendo ido à casa de Deus, ficaram cheios de convicção de pecado, sendo conduzidos quase ao desespero, já que Satanás os tentava a abandonar a casa de Deus, lhes dizendo: “Quanto mais você for ali ouvir sobre o pecado, mais aumentará sua culpa”. Acredito que isso é um equívoco: não aumentamos nossa condenação indo à casa de Deus; é mais provável que vocês a aumentem por não ir, porque não indo, rejeitam Cristo duas vezes: o rejeitam com sua mente externa e com o espírito interior.  Vocês desprezam esperar junto ao Tanque de Betesda! São piores que o homem ao lado do tanque que não podia entrar. Vocês sequer desejam estar ali e, por isso, descuidando de ouvir a Palavra de Deus, certamente incorrem num terrível castigo. Mas, se sobem à casa de Deus, buscando sinceramente uma benção, ainda que não sintam consolo, ainda que não encontrem Graça nos meios, mesmo assim, se piedosamente O buscam, sua condenação não é aumentada por isso. Seu pecado não é agravado por simplesmente ouvir o Evangelho, mas pela deliberada e perversa recusa quando escuta ele. O homem que ouve o som do Evangelho, e após tê-lo ouvido, dá meia volta sorrindo, ou, que após tê-lo ouvido repetidas vezes, e mesmo estando visivelmente afetado, permite que os prazeres e cuidados desta vida sufoquem a semente, este faz aumentar temerosamente a medida da sua culpa.

Há dois motivos para que isso agrave o pecado do homem. Em primeiro lugar, porque ele adquire um pecado totalmente novoum que ainda não havia cometido. Além disso, agrava todos seus outros pecados. Traga-me um Hotentote[1], ou um homem de Kamschatka, um rude selvagem que jamais ouviu a Palavra. Este homem poderá ter todos os pecados listados no catálogo das Culpas, exceto um, que tenho certeza que ele jamais cometeu. Ele não tem o pecado de rejeitar o Evangelho pregado. Mas você! Quando você ouve o Evangelho tem a oportunidade de cometer um novo pecado, e se você o tem rejeitado, então adicionou uma nova iniquidade sobre todos os outros pecados que pairam sobre a tua cabeça.

Alguns homens que se desviaram da verdade já me censuraram muitas vezes por pregar que a recusa ao Evangelho agrava o pecado dos homens. Faço pouco caso de cada apelido infame que recebo: estou certo de ter justificativa bíblica para anunciar estas coisas, e não creio que um homem possa ser fiel às almas dos demais, e limpo de seu sangue, a menos que ele testifique frequente e solenemente assunto tão vital. “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim!”“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz”“Mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. “Se eu, entre eles, não fizesse tais obras, quais nenhum outro têm feito, não teriam pecado; mas, agora, viram-nas e me aborreceram a mim e a meu Pai”“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido como pano de saco grosseiro e com cinza. Por isso, eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no Dia do Juízo, do que para vós!”“Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas, agora, não têm desculpa do seu pecado”“Portanto, convêm-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos deviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?”“Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidai-vos será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça? Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo!”(11).

Como vocês viram, acabei de citar várias passagens das Escrituras, e se elas não significam que a incredulidade é um pecado, e o pecadoque, acima de todos os outros, condena as almas dos homens, então não significam nada, e são apenas letras mortas na Palavra de Deus. Veja: o adultério, o assassinato, o roubo ou a mentira, todos estes pecados condenam e são mortais, todavia, o arrependimento pode limpar cada um deles, através do sangue de Cristo. Porém, rejeitar a Cristo destrói o homem sem deixar esperança. O assassino, o ladrão e o bêbado, ainda podem entrar no Reino de Deus, se arrependidos de seus pecados, agarram-se a Cruz de Cristo; mas com esses pecados, se um homem não crê no Senhor Jesus Cristo, está irremediavelmente perdido.

Ouvintes; considerem por um instante que pecado horrível é este, que vocês têm agravado todos teus outros pecados! Todos os demais se escondem nas entranhas deste: rejeitar a Cristo! Nisso há assassinato; pois se um homem na forca rejeita o perdão, não é certo que comete suicídio? Nisso há orgulho; porque vocês rejeitam a Cristo por causa de um coração orgulhoso que o coloca de lado. Nisso há rebelião; pois ao rejeitarmos a Cristo nos rebelamos contra Deus. Nisso há alta traição; pois estão recusando um Rei, afastando-o de vocês, aquele que é Rei coroado sobre toda a Terra, e por isso incorrem na mais pesada das culpas. Oh! E pensar que Jesus Cristo desceu do céu; e pensar por um momento que ele precisou ser pendurado no madeiro e ali morrer envolto em estrema agonia, e que do alto da Cruz olhou para você, e disse: “Vinde a Mim, vós que estais cansados e oprimidos!”(12). E que apesar de tudo isso ainda o rejeitem é o punhal mais covarde! O que seria mais brutal, o que seria mais diabólico que rejeitar Aquele que deu sua vida por vocês? Oh, que fossem sábios, que compreendessem isto, que soubessem considerar seu fim!

Além disso, repito, não apenas acrescentam um novo pecado ao nosso Catálogo de Culpas, como também agravam todos os demais. Não podem pecar tão barato como têm feito as outras pessoas, vocês que já tendes ouvido o Evangelho. Quando o homem não instruído e ignorante peca, sua consciência não o acusa; nem é a mesma culpa a do ignorante e a do que possui instrução. Você roubou antes? Isto já era ruim o bastante, todavia, ouvir o Evangelho e continuar sendo ladrão, então verdadeiramente é um ladrão. Você mentiu antes de ouvir o Evangelho? O mentiroso terá a sua recompensa no Lago de Fogo, mas, se mente depois de ouvir o Evangelho é como se o fogo de Tofete precisasse se acender sete vezes mais furioso. Aquele que peca na ignorância possui uma pequena desculpa, mas aquele que peca contra a luz e o entendimento, o faz presunçosamente, e nos termos da Lei não havia Expiação para isso; os pecados de presunção estavam fora do alcance legal da Expiação - ainda que, bendito seja Deus, em Cristo se fez Expiação inclusive para estes pecados, e aquele que crê será salvo apesar de sua culpa. Rogo a vocês que se lembrem de que o pecado da incredulidade enegrece todos os outros pecados. A incredulidade é a pedra onde se afia o machado, o arado e a espada que usará em rebelião contra o Altíssimo. Quanto mais incrédulo você se torna, quanto mais você o conhece e o recusa, mas excessivamente malignos se tornam os seus pecados. Esta é a verdade de Deus; entretanto é uma verdade a ser dita com repugnância, e com muitos gemidos em nosso espírito.

Oh! Ter que pregar-lhes uma mensagem como esta, quer dizer, a vocês! Sim, pois se existe um povo debaixo de céu para o qual o meu texto se aplica é vocês. Se há uma raça de homens no mundo, que terá mais conta a dar que os outros, também é vocês. Sem dúvida há outros que estão em pé de igualdade com vocês, pois também vivem sob os cuidados de um ministro fiel e dedicado; mas, como o Senhor há de julgar entre vocês e eu naquele Grande Dia, com o máximo das minhas forças tenho sido fiel a vossas almas. Nunca neste Púlpito procurei por palavras complicadas, ou por linguagem técnica a fim de engrandecer minha própria sabedoria. Falei-lhes abertamente, e que eu saiba, nenhuma palavra escapou destes lábios que não pudesse ser compreendida por todos. Vocês receberam um Evangelho simples. Jamais me coloquei aqui e preguei com frieza para vocês. Posso ter dito ao subir os degraus: “O fardo do Senhor está sobre mim!” – porque meu coração chegou aqui pesado, e minha alma ardia dentro de mim, e mesmo que eu tenha pregado debilmente, e minhas palavras tenham sido rudes e minha linguagem pouco elegante, nunca faltou coração. Toda minha alma lhes tem falado! E se eu pudesse saquear o céu e a Terra para encontrar uma linguagem capaz de conquistar você para o Salvador, eu o teria feito! Não tenho evitado lhes repreender, e jamais amenizo as doutrinas. Falei contra nossa geração e suas iniquidades, e contra vocês e seus pecados. Não suavizo a Bíblia para satisfazer o paladar dos homens carnais. Onde Deus disse “condenado”, eu disse “condenado” – não tentei adoçar para “reprovável”. Não amenizei as doutrinas, nem me esforcei para encobrir ou dissimular a Verdade; antes, na consciência de todos os homens, na presença de Deus, tenho procurado exaltar o Evangelho, com sinceridade e poder, e com um Ministério simples, franco e honesto. Eu não retive as gloriosas doutrinas da Graça, ainda que a pregá-las, os inimigos da Cruz chamaram-me Antinomista; nem tenho medo de pregar a solene responsabilidade do homem, embora outra tribo me calunie, chamando-me Arminiano.

Ao falar destas coisas não é para de algum modo me gloriar, mas digo-o para repreendê-los: se vocês têm rejeitado o Evangelho, então tens pecado mais gravemente que quaisquer outros; em rejeitar a Cristo uma dupla medida da Ira de Deus cairá sobre você. O pecado, portanto, é agravado pela incredulidade.

III – Em terceiro lugar, a pregação do Evangelho elimina toda desculpa daqueles que ouvem e recusam“Mas agora não tem desculpa do seu pecado”. Uma capa é cobertura muito frágil para o pecado quando existe um olho que tudo vê contemplando através dela. No Grande Dia da tempestade da Ira de Deus, uma capa será um abrigo muito pobre. Apesar de tudo o homem sempre gosta de um manto. Nos dias de chuva e frio vemos homens recolhidos sobre seus mantos, e ainda que não tenham abrigo e refúgio, se sentem ligeiramente confortáveis com seu vestuário.

O mesmo se dá com vocês, juntos buscarão, caso possam, alguma desculpa para seus pecados, e quando a consciência incomodar, vocês tentarão cicatrizar a ferida com essa desculpa. E até mesmo no Dia do Juízo, quando uma capa será abrigo muito pobre, será melhor que nada. “Mas agora não tem desculpa do seu pecado”. O viajante foi deixado na chuva desprovido de sua capa, exposto a tempestade sem a roupa que um dia lhe serviu de abrigo. “Mas agora não tem desculpa do seu pecado” – descobertos, identificados e desmascarados, encontram-se sem desculpas, sem uma capa que esconda sua iniquidade. Permitam-me, agora, demonstrar como a pregação do Evangelho, quando fielmente realizada, tira todas as capas do pecado.

Em primeiro lugar, um homem pode se levantar e dizer: “Eu não sabia que estava pecando quando cometi essa e aquela iniquidade”. Agora, vocês não podem dizer isso. Através da sua Lei tem Deus lhes falado solenemente o que é errado. Ali estão os Dez Mandamentos, e lá está o comentário do nosso Mestre, onde ele tem explicado o Mandamento, dizendo-nos que a velha lei  de “não cometerá adultério”, proíbe também todos os pecados do olhar malicioso e lascivo. Se o selvagem comete iniquidade, há uma capa para ele. Não duvido que sua consciência lhe diga que ele age errado, mas seus livros sagrados ensinam que ele age corretamente, e por isso ele tem essa capa. Se o mulçumano comete luxúria, não duvido que sua consciência o acuse, mas seus livros sagrados lhe inocentam. Mas vocês dizem crer em suas Bíblias, as tem em suas casas, e tem pregadores que as anunciam em todas as suas ruas; quando vocês pecam, transgridem com a proclamação da Lei sobre seus muros, diante de vossos olhos – vocês deliberadamente quebram uma Lei bem conhecida, que desceu dos céus e veio até vocês.

Ainda poderão dizer: “Quando pequei não sabia quão grande seria a pena”. Também nisso, através do Evangelho, vocês são deixados sem desculpas. Não lhes disse Jesus Cristo, e lhes diz dia após dia, que aqueles que não o recebem serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá pranto e ranger de dentes? Acaso ele não lhes falou “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna” (13). Não disse Ele que os ímpios serão queimados com fogo que não se extingue? Não lhes disse Ele de um lugar onde o verme não morre e onde o fogo não se apaga? E os ministros do Evangelho não têm deixado de lhes ensinar o mesmo. Vocês pecaram, mesmo sabendo qual seria a perda fazê-lo. Pegaram o copo de veneno, sabendo que não era inofensivo, sabiam que cada gota no copo ardia com a condenação, mesmo assim pegaram o copo e beberam até a última gota. Destruíram suas próprias almas, estando seus olhos bem abertos; caminharam como loucos para a tortura e como o boi ao matadouro; feito um cordeiro vocês lamberam a faca do açougueiro. Estão sem desculpa.

Alguns dentre vocês poderão tentar: “É verdade que ouvi o Evangelho e que sabia que meus atos erram errados, mas eu não sei o que é preciso para ser salvo!”. Há, porventura, ao menos um dentre vocês que possa se valer dessa desculpa? Acredito que não terão a ousadia! “Creia e viverá” é anunciado todos os dias em seus ouvidos. Muitos de vocês ao longo de dez, vinte, trinta, quarenta ou cinquenta anos têm estado a ouvir o Evangelho, não se atreveriam dizer: “Eu não sabia o que é o Evangelho!”. Muitos de vocês já o conhecem desde a infância. O nome de Jesus misturava-se ao embalo suave das canções de ninar. Beberam do Evangelho sagrado junto com o leite materno, e apesar de tudo, não procuraram Jesus. “Saber é poder!”, dizem os homens. Ai de mim! O conhecimento, se não utilizado, é a Ira, e a Ira ao extremo contra aquele homem que sabendo ainda assim fez o que era errado.

Parece que posso ouvir outro dizendo: “Bem, é certo que ouvi o Evangelho ser anunciado, mas eu nunca encontrei um bom testemunho”. Alguns de vocês podem dizer isso e seria parcialmente verdadeiro, mas há outros sobre os quais eu posso dizer que tal desculpa é mentirosa. Ah, homem! Como você aprecia criticar as inconsistências dos cristãos! Você diz: “Eles não vivem como deveriam!”. E não deixa de haver certa verdade em sua acusação. Mas você conheceu uma pessoa cristã cujo caráter foi forçado a admirar, não se lembra dela? Falo daquela que te trouxe ao mundo. Esse foi o único problema com você até este dia. Você poderia ter rejeitado facilmente o Evangelho, mas o exemplo de sua mãe mantinha-se firme diante de você, e não podes superar isso. Não se lembra, nos primeiros flashes da sua memória, de quando abria seus olhos pela manhã, e vendo o rosto amoroso de sua mãe a lhe observar, ouvia: “Deus abençoe esta criança, para que um dia possa clamar pelo Bendito Redentor!”? Ainda se lembra como seu pai tantas vezes o repreendia, mas ela, nas poucas vezes que o fez, lhe falou em tom de amor? Lembre-se daquele pequeno quarto no andar de cima onde ela o levou, e te envolvendo em seus braços orou dedicando sua vida a Deus, pedindo que Ele o salvasse. Lembre-se da carta que ela te enviou, e a dedicatória no livro quando você saiu de casa para estudar, e a tristeza com que ela escreveu ao saber que você começava a mergulhar nas diversões e a misturar-se com os ímpios: recorde aquele olhar cheio de tristeza ao apertar sua mão no dia que você partiu. Recorde o que ela disse: “Descerei com tristeza à sepultura se você andar nos caminhos da iniquidade”. E, como você bem sabia, suas palavras eram verdadeiras. Você pode rir do Ministro, afinal, pregar é o emprego dele, mas dela você não pode zombar; ela era uma cristã, não se deixe enganar. Quantas vezes ela suportou seu comportamento irritado, e seus modos ásperos, pois tinha um espírito doce, quase bom de mais para viver no mundo, e você recorda bem. Você não esteve lá quando ela morreu, não pode chegar a tempo, mas na hora da morte confidenciou a uma amiga: “Apenas uma coisa desejo para poder morrer feliz: que pudesse ver meus filhos andando na Verdade!”. Agora, eu entendo como este testemunho te deixa sem capa para cobrir sua maldade, e se comete iniquidade, depois de tudo isso, quão temerário será o peso do seu infortúnio.

Outros se desculparam por não terem tido uma mãe assim; sua primeira escola foi a rua, e seu primeiro exemplo é um pai blasfemador. Recorde, meu amigo, que há um exemplo perfeito em Cristo, do qual você leu, apesar de nunca tê-lo visto. Jesus Cristo, o homem de Nazaré, era um homem perfeito, nele não houve pecado, nem se achou engano em seus lábios. E se você nunca encontrou algo de valor em um cristão, você pode encontrar isso em Cristo; e ao se valer de uma desculpa como esta, lembre-se de estar aventurando-se numa mentira, pois o exemplo de Cristo, as obras de Cristo, bem como as palavras de Cristo, o deixam sem nenhuma desculpa para o seu pecado.

Ah, acho que ainda posso ouvir mais uma desculpa sendo oferecida:“Certamente tive muitos privilégios, mas eles nunca tocaram minha consciência para que eu pudesse senti-los”. Há muito poucos dentre vocês que possam dizer isso. Alguns de vocês dirão: “Sim, eu ouvi um Pregador, mas ele nunca conseguiu me impressionar”. Ah, rapazes e moças, e todos que estão aqui hoje, eu serei testemunha contra vocês no Dia do Juízo, pois sua desculpa é falsa. Porque, mesmo agora, suas consciências foram tocadas! Não acabei de ver algumas lágrimas de arrependimento (quero crer que fossem isso) em vossos olhos? Você nem sempre tem sido indiferente ao Evangelho. Hoje, já mais velho, é preciso um pouco mais para sensibilizá-lo, mas nem sempre foi assim. Houve um tempo em sua juventude quando era mais fácil te impressionar. Lembre que os pecados da sua juventude farão seus ossos apodrecerem, e mesmo assim você perseverou em rejeitar o Evangelho. Seu velho coração cresceu endurecido, você está sem desculpas; um dia você foi tocado, e mesmo agora não pode deixar de sê-lo.

Sei que agora alguns de vocês mal podem ficar quietos em seus assentos ao pensar em suas iniquidades; quase prometeram que hoje buscariam a Deus, e que a primeira coisa que farão será fechar-se em seu quarto e clamar ao Senhor. Mas, me recordo da história de alguém que comentou com o Ministro sobre a maravilha de ver tanta gente chorando. “Não”, retrucou o Ministro, “vou te dizer uma coisa ainda mais maravilhosa, que muitos vão esquecer o motivo do choro tão logo cheguem à porta!”. E vocês farão isso. No entanto poderá se lembrar de que um dia sentiram o toque do Espírito Santo. Poderão se lembrar de que Deus, esta manhã, colocou uma lombada em seu caminho, e uma placa avisando: “Perigo! Cuidado! Cuidado! Cuidado! Você está correndo loucamente nos caminhos da iniquidade!”. E tenho nesta manhã me colocado perante vocês, em nome de Deus, dizendo: “Pare! Pare! Pare! Assim diz Jeová: considerai vossos caminhos, pois, por qual razão morrereis, ó casa de Israel?”. E se querem rejeitar isso, que assim seja; se desejam apagar estas faíscas, se querem apagar a chama que arde pela primeira vez, que seja assim! Seu sangue está sobre suas cabeças; suas iniquidades estão em suas próprias portas.

IV – Ainda tenho algo a fazer. E é um trabalho horrível, pois é como se eu me vestisse de uma toga negra para pronunciar a sentença condenatória. Não há castigo mais terrível que aquele dos que vivem e morrem rejeitando a Cristo. Serão completamente destruídos. Existem graus de punição, e nenhuma é maior que a reservada ao homem que rejeita Cristo. Ouso dizer que já leram sobre o mentiroso, o devasso e os bêbados recebendo sua recompensa – com quem imaginam que eles serão condenados? Com os incrédulos. É como se o Inferno fosse criado primeiro para os incrédulos; é como se o Abismo houvesse sido cavado não para os devassos, blasfemos e bêbados, mas para aqueles que desprezam a Cristo; porque este é o pecado Nº1, a culpa capital, e os homens são condenados por isso. As demais iniquidades virão após, porém a incredulidade caminha na frente para o Juízo.

Imaginem por um instante que o tempo passou, e estamos no Dia do Juízo. Estamos todos reunidos, os vivos e os mortos. O som da trombeta soa forte e demoradamente. Todos ficam atentos, aguardando algo maravilhoso. As ruas ficam apinhadas de gente, os bancos param suas atividades e as lojas ficam vazias. Todos estão quietos, sentem que o último grande dia de negócios chegou, e que é hora de acertar contas para sempre. Um silêncio solene preenche o ar, não se houve qualquer som. Tudo, tudo está em silêncio. Rapidamente uma grande nuvem branca paira solenemente nos céus, e OUÇAM, um duplo clamor varre a Terra. Nela há assentado alguém semelhante ao Filho do Homem. Todos os olhos o contemplam, e então um grito unânime se faz ouvir: “É Ele! É Ele!”. Em seguida, de um lado você ouve gritos de “Aleluia! Aleluia! Aleluia! Bem-vindo! Bem-vindo! Bem-vindo Filho de Deus!”. Mas, misturado a isso se ouve um som baixo e profundo, composto do choro e o lamento de homens que O tem perseguido e rejeitado. Ouça! Parece que posso até compreender a música; parece que posso ouvir as palavras chegando com claridade, cada uma delas, e é uma música fúnebre. Que estão dizendo? “Montes, caiam sobre nós! Pedras nos escondam do rosto daquele que vem assentado em Seu Trono!”. Será que você está esses que dizem: “Escondam-nos!”?

Meu impertinente ouvinte! Suponha que por alguns instantes você se foi deste mundo, vendo-se morto em sua incredulidade, e entre aqueles que lamentam, choram e rangem os dentes. Oh, qual terá sido seu terror! Face empalidecida e joelhos batendo não são nada comparados ao terror em seu coração quando está embriagado, mas não com vinho; e quando cambaleando de um lado a outro, intoxicado pelo espanto, cai, e se contorce no pó, embriagado pelo terror e pela desesperança. Pois Ele vem, e ali está, seus fortes olhos como dardos de fogo; é chegada a hora da grande divisão. Escuta-se a voz: “Reúnam meu povo desde os quatro ventos do céu, os meus eleitos em quem minha alma tem prazer”. Eles são ajuntados a sua direita. E então Ele diz: “Ajuntai o joio em feixes para ser queimado”. E então vocês são reunidos, amarrados em feixes, e depositados a sua esquerda. Agora só falta acender a fogueira. Onde estará a chama que a acenderá? O joio precisa ser queimado: onde estará o fogo? A chama sai de Sua boca, e é formado por palavras como estas – “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (14). Porque se demoram? “Apartai-vos de mim!”. Esperam uma benção? São “malditos!”. Eu vos lanço uma maldição. Desejas escapar? É um“fogo eterno!”. Porque perdem tempo suplicando? Não! “Porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem desse atenção” (15). Repito: apartem-se de mim para sempre. E assim serão lançados fora de Sua presença. E o que você dirá então? “Oh! Que eu nunca tivesse nascido! Que eu nunca tivesse escutado a pregação do Evangelho; assim jamais teria cometido o pecado de rejeitá-lo!”.

Este será o sussurro da larva que não morre, em sua consciência: “Conheci coisa melhores, mas não as pratiquei”. Já que semeei ventos é natural que agora colha tempestade; fui avisado, mas não quis parar; fui persuadido, mas não fui convidado. Agora vejo que causei minha morte! Oh, o pensamento mais terrível de todos! Estou perdido! Estou perdido! E este é o horror dos horrores: causei minha própria perdição; eu recusei o Evangelho de Cristo; destruí a mim mesmo!

Será assim com você, querido ouvinte? Acontecerá o mesmo com você? Oro para que não se dê assim! O Espírito Santo pode, neste momento, te conduzir a Jesus, pois sei que és demasiadamente vil para se render, a menos que Ele te force. Mas tenho esperança a teu respeito. Parece que posso ouvi-lo perguntar: “Que devo fazer para ser salvo?”. Permita-me lhe dizer o caminho da salvação: “Crê no Senhor Jesus, e será salvo!”, pois a Escritura diz: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (16). Ali está Ele crucificado, agonizando na Cruz, olhe pra Ele e viva!

“Confie n’Ele, confie inteiramente,
E mais nenhuma outra confiança ó crente;
Fora Jesus ninguém mais poderá
O bem fazer a pecadores impotentes!”.

Por mais perversos, sujos, depravados e degradados, estão convidados a vir a Cristo. Náufragos do Maligno, Cristo é vosso bote! A escória, o lixo, o resto, os esgotos deste mundo, estão todos convidados a virem a Cristo! Venha a Ele agora, e alcançarão misericórdia. Mas, se endurecerdes vosso coração,

“Um Senhor vestido de desprezo,
Erguerá sua mão e julgará:
- Por desprezares Meu descanso prometido,
Não poderás se abrigar ali!”.


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tenha acesso a todos os Jornais do Mundo, em Português, e de Graça!

Newspaper Map é a maneira mais divertida de viajar pelo mundo através dos jornais de cada país. Publicações são apresentadas em Português.

O Newspaper Map é uma ferramenta que te dá a oportunidade de conhecer cada jornal do planeta sem sair de casa. Mais de 10 mil publicações aparecem em sua tela e, com apenas um clique, você pode ser redirecionado para o site do veículo e até traduzi-lo, para o português, se for preciso.


É possível pesquisar jornais pelo nome, endereço, cidade, país e até a língua em que ele é escrito.  Tudo isso em uma ferramenta simples, básica, rápida e muitíssimo eficiente. Até os jornais menos conhecidos, com tiragem mínima, aparecem na tela.

Acesse o Newspaper Map, acompanhe atualizações pelo Twitter e Facebook ou acesse a ferramenta via smartphone.


Fonte: Olhar Digital

terça-feira, 21 de junho de 2011

O Vinho nos tempos do Antigo Testamento


“de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá.”
(Nm 6.3)


De um modo geral, há duas palavras hebraicas traduzidas por “vinho” na Bíblia.
(1) A primeira palavra, a mais comum, é yayin, um termo genérico usado 141 vezes no AT para indicar vários tipos de vinho fermentado ou não-fermentado (ver Ne 5.18, que fala de “todo o vinho [yayin]” = todos os tipos). (a) Por um lado, yayin aplica-se a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gn 9.20,21; 19.32-33; 1Sm 25.36,37; Pv 23.30,31). Os resultados trágicos de tomar vinho fermentado aparecem em vários trechos do AT, notadamente Pv 23.29-35 (ver a próxima seção). (b) Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida. Isaías profetiza: “já o pisador não pisará as uvas [yayin] nos lagares” (Is 16.10); semelhantemente, Jeremias diz: “fiz que o vinho [yayin] acabasse nos lagares; já não pisarão uvas com júbilo” (Jr 48.33). Jeremias até chama de yayin o suco ainda dentro da uva (Jr 40.10, 12). Outra evidência que yayin, às vezes, refere-se ao suco não-fermentado da uva temos em Lamentações, onde o autor descreve os nenês de colo clamando às mães, pedindo seu alimento normal de “trigo e vinho” (Lm 2.12). O fato do suco de uva não-fermentado poder ser chamado “vinho” tem o respaldo de vários eruditos. A Enciclopédia Judaica (1901) declara: “O vinho fresco antes da fermentação era chamado yayin-mi-gat [vinho de tonel] (Sanh, 70a)”. Além disso, a Enciclopédia Judaica (1971) declara que o termo yayin era usado para designar o suco de uva em diferentes etapas, inclusive “o vinho recém-espremido antes da fermentação.” O Talmude Babilônico atribui ao rabino Hiyya uma declaração a respeito de “vinho [yayin] do lagar” (Baba Bathra, 97a). E em Halakot Gedalot consta: “Pode-se espremer um cacho de uvas, posto que o suco da uva é considerado vinho [yayin] em conexão com as leis do nazireado” (citado por Louis Ginzberg no Almanaque Judaico Americano, 1923). Para um exame de oinos, o termo equivalente no grego do NT, à palavra hebraica yayin, ver os estudos O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1) e (2).
(2) A outra palavra hebraica traduzida por “vinho” é tirosh, que significa “vinho novo” ou “vinho da vindima”. Tirosh ocorre 38 vezes no AT; nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Is 65.8), ou o suco doce de uvas recém-colhidas (Dt 11.14; Pv 3.10; Jl 2.24). Brown, Driver, Briggs (Léxico Hebraico-Inglês do Velho Testamento) declaram que tirosh significa “mosto, vinho fresco ou novo”. A Enciclopédia Judaica (1901) diz que tirosh inclui todos os tipos de sucos doces e mosto, mas não vinho fermentado”. Tirosh tem “bênção nele” (Is 65.8); o vinho fermentado, no entanto, “é escarnecedor” (Pv 20.1) e causa embriaguez (ver Pv 23.31 nota).
(3) Além dessas duas palavras para “vinho”, há outra palavra hebraica que ocorre 23 vezes no AT, e freqüentemente no mesmo contexto — shekar, geralmente traduzida por “bebida forte” (e.g., 1Sm 1.15; Nm 6.3). Certos estudiosos dizem que shekar, mais comumente, refere-se a bebida fermentada, talvez feita de suco de fruto de palmeira, de romã, de maçã, ou de tâmara. A Enciclopédia Judaica (1901) sugere que quando yayin se distingue de shekar, aquele era um tipo de bebida fermentada diluída em água, ao passo que esta não era diluída. Ocasionalmente, shekar pode referir-se a um suco doce, não-fermentado, que satisfaz (Robert P. Teachout: “O Uso de Vinho no Velho Testamento”, dissertação de doutorado em Teologia, Seminário Teológico Dallas, 1979). Shekar relaciona-se com shakar, um verbo hebraico que pode significar “beber à vontade”, além de “embriagar”. Na maioria dos casos, saiba-se que quando yayin e shekar aparecem juntos, formam uma única figura de linguagem que se refere às bebidas embriagantes.
A POSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO SOBRE O VINHO FERMENTADO
Em vários lugares o AT condena o uso de yayin e shekar como bebidas fermentadas.
(1) A Bíblia descreve os maus efeitos do vinho embriagante na história de Noé (Gn 9.20-27). Ele plantou uma vinha, fez a vindima, fez vinho embrigante de uva e bebeu. Isso o levou à embriaguez, à imodéstia, à indiscrição e à tragédia familiar em forma de uma maldição imposta sobre Canaã. Nos tempos de Abraão, o vinho embriagante contribuiu para o incesto que resultou em gravidez nas filhas de Ló (Gn 19.31-38).
(2) Devido ao potencial das bebidas alcoólicas para corromper, Deus ordenou que todos os sacerdotes de Israel se abstivessem de vinho e doutras bebidas fermentadas, durante sua vida ministerial. Deus considerava a violação desse mandamento suficientemente grave para motivar a pena de morte para o sacerdote que a cometesse (Lv 10.9-11).
(3) Deus também revelou a sua vontade a respeito do vinho e das bebidas fermentadas ao fazer da abstinência uma exigência para todos que fizessem voto de nazireado (ver a próxima seção).
(4) Salomão, na sabedoria que Deus lhe deu, escreveu: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv 20.1 nota). As bebidas alcoólicas podem levar o usuário a zombar do padrão de justiça estabelecido por Deus e a perder o autocontrole no tocante ao pecado e à imoralidade. (5) Finalmente, a Bíblia declara de modo inequívoco que para evitar ais e pesares e, em lugar disso, fazer a vontade de Deus, os justos não devem admirar, nem desejar qualquer vinho fermentado que possa embriagar e viciar (ver Pv 23.29-35 notas).
OS NAZIREUS E O VINHO
O elevado nível de vida separada e dedicada a Deus, dos nazireus, devia servir como exemplo a todo israelita que quisesse assim fazer (ver Nm 6.2 nota). Deus deu aos nazireus instruções claras a respeito do uso do vinho.
(1) Eles deviam abster-se “de vinho e de bebida forte” (6.3; ver Dt 14.26 nota); nem sequer lhes era permitido comer ou beber qualquer produto feito de uvas, quer em forma líquida, quer em forma sólida. O mais provável é que Deus tenha dado esse mandamento como salvaguarda ante a tentação de tomar bebidas inebriantes e ante a possibilidade de um nazireu beber vinho alcoólico por engano (6.3-4). Deus não queria que uma pessoa totalmente dedicada a Ele se deparasse com a possibilidade de embriaguez ou de viciar-se (cf. Lv 10.8-11; Pv 31.4,5). Daí, o padrão mais alto posto diante do povo de Deus, no tocante às bebidas alcoólicas, era a abstinência total (6.3-4).
(2) Beber álcool leva, freqüentemente, a vários outros pecados (tais como a imoralidade sexual ou a criminalidade). Os nazireus não deviam comer nem beber nada que tivesse origem na videira, a fim de ensinar-lhes que deviam evitar o pecado e tudo que se assemelhasse ao pecado, que leva a ele, ou que tenta a pessoa a cometê-lo.
(3) O padrão divino para os narizeus, da total abstinência de vinho e de bebidas fermentadas, era rejeitado por muitos em Israel nos tempos de Amós. Esse profeta declarou que os ímpios “aos nazireus destes vinho a beber” (ver Am 2.12 nota). O profeta Isaías declara por sua vez: “o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo. Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia; não há nenhum lugar limpo” (Is 28.7,8). Assim ocorreu, porque esses dirigentes recusaram o padrão da total abstinência estabelecido por Deus (ver Pv 31.4,5 nota).
(4) A marca essencial do nazireado — i.e., sua total consagração a Deus e aos seus padrões mais elevados — é um dever do crente em Cristo (cf. Rm 12.1; 2Co 6.17; 7.1). A abstinência de tudo quanto possa levar a pessoa ao pecado, estimular o desejo por coisas prejudiciais, abrir caminho à dependência de drogas ou do álcool, ou levar um irmão ou irmã a tropeçar, é tão necessário para o crente hoje quanto o era para o nazireu dos tempos do AT (ver 1Ts 5.6 nota; Tt 2.2 nota; ver os estudos O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1) e (2).
Fonte: JesusSite