Sites voltados para a reclamação do consumidor chamam a atenção das empresas e resolvem o problema
A estudante de Direito Andrea Macedo de Carvalho, 25 anos, de Blumenau (SC), apelou para o Reclame Aqui em sua primeira compra pela Internet. No site de um grande rede de varejo, ela encomendou um conjunto de panelas como presente de aniversário para a mãe. A mercadoria não chegou no prazo, Andrea ficou de mãos abanando no aniversário da mãe e não conseguir contato com a empresa. Procurando uma solução pela Internet, ela encontrou o site e resolveu arriscar. "Publiquei minha reclamação e no dia seguinte a empresa me ligou. Disseram que o atraso era culpa da transportadora. Recebi as panelas dois dias depois. Agora, quando tenho qualquer dificuldade, vou direto no site reclamar", conta.
O Denuncio (www.denuncio.com.br) também faz sucesso entre consumidores insatisfeitos e já conta com cerca de 10 mil cadastrados. Segundo seu criador, o advogado Wilson Furtado Roberto, de João Pessoa (PB), expor o nome da marca é a melhor forma de fazer pressão para ter uma reclamação atendida. "Além de serem demorados, os órgãos oficiais não expõem o nome da empresa, que é a principal forma de chamar a atenção. Enquanto o Procon multa, os sites promovem uma reconciliação direta entre o consumidor e a empresa", explica.
Para José Roberto de Oliveira, advogado e presidente da Associação Nacional de Assistência ao Consumidor, as solução oferecida pelos sites é superficial, já que eles não têm autoridade para aplicar multas. "Como não possuem nenhum efeito jurídico, os sites não levam a nenhuma punição eficaz da empresa". Segundo Oliveira, deveria haver na Internet um canal entre Procon e consumidores, onde queixas seriam registradas, apuradas e resolvidas, mas com a punição das empresas. O Procon registra as reclamações do consumidor em postos de atendimento, onde as denúncias são checadas e as empresas são multadas de acordo com a reclamação.
De fato, como os portais são independentes, não possuem nenhum tipo de ligação com órgãos oficiais como o Procon. Nem financiamento. O Reclame Aqui, criado há 10 anos, se sustenta graças a consultorias e eventos voltados para consumidor. Já o Denuncio, que existe desde 2009, ao menos por enquanto, é mantido pelo seu fundador. Mas pelo visto não seria exagero dizer que algum dia viver da insatisfação alheia pode ser um bom negócio.
Por: PRISCILA MAROTTI
Fonte: O Dia Online
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